segunda-feira, 21 de abril de 2014

Projeto Político Pedagógico - PPP


              Projeto Político Pedagógico

Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado projeto político-pedagógico - o famoso PPP.

  • É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.
  • É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.
  • É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.

       Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por isso, dizem os especialistas, a sua elaboração precisa contemplar os seguintes tópicos:

  • Missão;
  • Clientela ;
  • Dados sobre a aprendizagem;
  • Relação com as famílias;
  • Recursos;
  • Diretrizes pedagógicas;
  • Plano de ação;

         Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação que você e todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão. Portanto, se o projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo e repensá-lo "O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto, médio e longo prazos".
        Infelizmente, muitos gestores veem o PPP como uma mera formalidade a ser cumprida por exigência legal - no caso, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996. Essa é uma das razões pelas quais ainda há quem prepare o documento às pressas, sem fazer as pesquisas essenciais para retratar as reais necessidades da escola, ou simplesmente copie um modelo pronto.

         Na última Conferência Nacional de Educação (Conae), realizada no primeiro semestre deste ano, o projeto político pedagógico foi um dos temas em destaque. Os debatedores lembraram e reforçaram a ideia de que sua existência é um dos pilares mais fortes na construção de uma gestão democrática. "Por meio dele, o gestor reconhece e concretiza a participação de todos na definição de metas e na implementação de ações. Além disso, a equipe assume a responsabilidade de cumprir os combinados e estar aberta a cobranças.
       Envolver a comunidade nesse trabalho e compartilhar a responsabilidade de definir os rumos da escola é um desafio e tanto. Mas o esforço compensa: com um PPP bem estruturado, a escola ganha uma identidade clara, e a equipe, segurança para tomar decisões. "Mesmo que no começo do processo de discussão poucos participem com opiniões e sugestões, o gestor não deve desanimar. Os primeiros participantes podem agir como multiplicadores e, assim, conquistar mais colaboradores para as próximas revisões do PPP.
                         ESTRUTURA DO PPP

   O Projeto Político Pedagógico da Escola, elaborado a partir do processo participativo de discussão dos temas já apresentados no nosso curso, necessita ser sistematizado num documento para circulação, socialização e análise permanente da sua execução e adequação no interior da unidade escolar.

Há convergências entre os estudiosos do tema a respeito da estrutura básica de um PPP que compreende três componentes:


Essa estrutura predomina nos documentos de PPP, embora se possa encontrar na literatura uma pequena variação no detalhamento de cada um desses componentes.

                                          MARCO REFERENCIAL

O Marco Referencial expressa a posição da instituição que planeja em relação à sua identidade, visão de mundo, utopia, valores, objetivos, compromissos. Indica o 'rumo', o horizonte, a direção que a instituição escolheu, fundamentado em elementos teóricos da filosofia, das ciências, apoia-se em crenças, na cultura da coletividade envolvida. Implica, portanto, opção e fundamentação.

No Marco Referencial somos desafiados a expressar o sentido do nosso trabalho pedagógico e as grandes perspectivas para a caminhada rumo a sua concretização.

 

Vários questionamentos precisam ser respondidos, entre eles destaca-se: quais são os fundamentos do nosso querer em relação à escola? O que se espera da escola pública hoje? Que cidadão queremos formar e para qual sociedade? Que escolhas fazemos em torno das concepções de educação, de ensino aprendizagem, de avaliação para atingir os objetivos previstos

A função maior do Marco Referencial é a de tensionar a realidade no sentido da sua superação/transformação e, em termos metodológicos, fornecer parâmetros, critérios para a realização do Diagnóstico. Está organizado da seguinte forma:

  • O Marco Situacional (onde estamos, como vemos a realidade)
  • O Marco Doutrinal ou Filosófico (para onde queremos ir)
  • O Marco Operativo (que horizonte queremos para nossa ação).
  •  

                                          MARCO SITUACIONAL

 O Marco Situacional é a percepção do grupo em torno da realidade em geral: como a vê, quais seus traços mais marcantes, qual a relação do quadro sócio-econômico, político e cultural mais amplo e o cotidiano da escola. Sua importância se deve ao fato de que pode desvelar os elementos estruturais que condicionam a instituição e seus agentes. Neste Marco o que se pretende é a explicitação de uma visão geral da realidade e não apenas uma análise da instituição na perspectiva micro, pois isto será feito na fase do Diagnóstico. A seguir, exemplos de questões para elaboração do Marco Situacional:

  • Como compreendemos / vemos / sentimos o mundo atual? O País/Estado/Cidade onde vivemos?
  • Como percebemos / vemos o bairro em que fica inserida a nossa escola?
  • Quais são os sinais no mundo atual que nos alegram/mobilizam? Por quê?
  • Quais são os sinais no mundo atual que nos entristecem/indignam? Por quê?
  • Que concepções temos de: Educação? Conhecimento? Escola? Comunidade? Sala de aula? Professor? Aluno?

                                                       MARCO FILOSÓFICO

O Marco Filosófico equivale aos princípios norteadores do ideal geral da instituição escolar. Fundamenta a proposta de sociedade, pessoa e educação assumida pelo grupo que compõe a equipe escolar e sua comunidade.

Embora toda educação se baseie numa visão de homem e de sociedade, nem sempre as escolas explicitam ou discutem consciente e intencionalmente as concepções subjacentes às suas práticas.

O processo de elaboração do Marco Filosófico dá esta oportunidade tanto de explicitação, quanto de debate e busca de um consenso mínimo em torno de conteúdos epistemológicos, éticos, político-pedagógicos, metodológicos...

Sugestão de Questões para Elaboração do Marco Filosófico

  • Que tipo de sociedade queremos construir?
  • Que tipo de Homem/Pessoa Humana queremos colaborar na formação?
  • Que finalidade queremos para a Escola?
  • Que papel desejamos para a Escola em nossa realidade.

 

                                           MARCO OPERATIVO

O Marco Operativo é a explicitação do ideal da instituição escolar, tendo em vista aquilo que queremos ou devemos ser. Diz respeito a organização das ações da coletividade escolar naqueles campos de atuação que compreendem a as três principais dimensões que configuram a práxis educativa, quais sejam: a dimensão pedagógica, a dimensão comunitária e a dimensão administrativa.

A elaboração do Marco Operativo, deve ser compatível e coerente com o Marco Situacional e, em especial, com o Marco Filósófico, pois, caso isso não ocorra, pode haver desarticulação entre a realidade geral e as grandes finalidades assumidas.

O Diagnóstico e a Programação são elaborados com base nas indicações levantadas pelo Marco Operativo.

ITENS PARA O PROJETO

1. FOLHA DE ROSTO – deve conter os dados de identificação do projeto: Nome da Instituição Educacional; Proposta Pedagógica (PPP); Título do projeto (Ao elaborar o Projeto Pedagógico a instituição escolar deve escolher um título que situe, caracterize e evidencie a sua identidade, ou seja, a sua marca para a comunidade); Local e data.

2. SUMÁRIO - relação das partes principais do projeto e suas respectivas páginas, objetivando facilitar a localização e o acesso às parte em que o projeto foi dividido.

3. APRESENTAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO - faz-se neste item a apresentação do projeto, informando ao leitor as características gerais do mesmo e como este foi estruturado/organizado: em quantas partes está dividido e uma explanação breve sobre cada uma dessas partes.

4. INTRODUÇÃO - deve explicar a proposta de trabalho, enfatizando-se as etapas de elaboração desta proposta e os principais sujeitos envolvidos, deixando claro os níveis e as modalidades de ensino atendidos, como a instituição atende aos fins e princípios presentes na legislação educacional, nacional e regional, em vigor da, descrever a realidade antes da proposição/implantação da proposta e as principais mudanças e condições necessárias à alteração dessa realidade.

5. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO - da mantenedora e da instituição educacional – nome, endereço completo, telefone, fax, e-mail, data de fundação/criação, níveis/modalidades de ensino atendidos, turnos de funcionamento.

6. MISSÃO - indica as finalidades, a razão de ser da instituição. Responde à questão: Para que esta instituição de ensino existe?

7. HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL - apresenta a trajetória da instituição. É interessante destacar as principais ações/projetos, as experiências bem sucedidas e os seus sujeitos mais importantes. Para contextualizar pode-se apresentar inicialmente o histórico da comunidade.

8. DIAGNÓSTICO - retrato da realidade e do contexto onde está inserida a instituição, destacando até que ponto a instituição está contribuindo ou poderá contribuir com mudanças na realidade/contexto em que está inserida.

9. OBJETIVOS - definem as prioridades que direcionarão o trabalho da instituição, tendo em vista as informações destacadas no diagnóstico.

10. PRINCÍPIOS NORTEADORES - epistemológicos; didático-pedagógico, éticos e estéticos.

11. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - descrição das instalações físicas, dos recursos humanos e financeiros (e suas fontes), níveis e modalidades de ensino oferecidos.

12. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR - neste item deve-se demonstrar de que maneira o coletivo da escola desenvolverá o seu trabalho.

13. AVALIAÇÃO - apresenta o sistema de avaliação (os princípios epistemológicos e os critérios/instrumentos de avaliação) a ser adotado pela instituição com relação ao processo de ensino e de aprendizagem, bem como com relação à execução do projeto político-pedagógico em questão.

14. PROJETOS ESPECIAIS ESPECÍFICOS – neste item poderá ser inserido o P.I.- Projeto de Intervenção.

15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – relacionar os livros, publicações, documentos, entre outros, consultados para a elaboração do Projeto Pedagógico.





 

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